Nem todos sabem, mas a Smarket foi fundada por uma mulher, a Marcela que decidiu traçar um caminho ousado. Ela mostra que é possível ter mais mulheres empreendedoras no setor de tecnologia. Confira a entrevista da nossa CEO, contando os desafios e as conquistas sobre empreender.
Índice
O início de um sonho
Sou filha e neta de duas mulheres incríveis que, talvez, por terem aberto mão da carreira em nome da família, sempre incentivaram a mim e minhas irmãs a estudarmos e sermos independentes. Devo ter ouvido a frase “o melhor marido de uma mulher é um bom emprego” uma centena de vezes e, claro, confiei nelas.
O que talvez minha mãe não esperasse é que a minha ideia de “bom emprego” era bem diferente da dela. Sou de uma família de funcionários públicos. Meu bisavô foi desembargador, meus dois avôs funcionários da Caixa Econômica Federal, assim como meu pai, que acumula 35 anos na empresa, todos os meus tios e minhas duas irmãs também são funcionárias públicas.
Sou a primeira empreendedora da família e a primeira a trabalhar com tecnologia. Vocês devem imaginar que não foi fácil convencer as pessoas de que minha felicidade estava em um caminho um pouco diferente do que eles estavam acostumados há 4 gerações. Embora não fosse o que eles imaginavam, minha decisão sempre foi respeitada (por muito tempo fui avisada quando abria um concurso da Caixa) e admirada.
A frustração transformada em oportunidade
Sou formada em administração pela Esag, em Florianópolis, e fiz parte da empresa júnior da faculdade, a Esag Jr.. Foi lá que aprendi a amar a carreira que tinha escolhido e tracei os primeiros passos da minha trajetória profissional. Meu plano, como da maioria dos esaguianos na época, era fazer um trainee, ir para São Paulo, passar 5 anos lá e voltar para Florianópolis e empreender.
Pensando nisso, arquitetei cada passo meu pensando nisso, morei por um período nos Estados Unidos para aprimorar o Inglês e ter experiência internacional.
Quando voltei, me formei, me inscrevi nos processos seletivos das empresas que mais me identificava e veio a frustração de não passar em nenhum dos processos.
Isso me fez antecipar meus planos e abrir minha primeira empresa, a Pronovo Projetos. Lá, eu fazia projetos relacionados a área de marketing, como pesquisas, planos de marketing e comecei a estudar sobre o comportamento do consumidor e varejo.
Ajuda do ecossistema de Floripa
Eu gostava da Pronovo, mas eu nunca fui uma pessoa muito vendedora, e ter que vender projetos todos os meses, sem recorrência, era algo que me incomodava. Nessa época (2012), começou a se fortalecer o ecossistema de startups em Florianópolis. Confesso que fui atraída muito mais pela ideia de recorrência do que pela tecnologia em si.
Aliás, uma vez participei da elaboração de um plano de marketing de uma empresa de tecnologia e não entendia 90% das coisas que eles falavam. Falei pra mim mesma “eu nunca vou trabalhar com isso na minha vida”; a vida é engraçada.
O começo da Smarket
Depois de estudar bastante os temas que envolviam minha ideia (supermercado, promoções e tecnologia), decidi visitar uma empresa de tecnologia, que desenvolvia software para empresas — e foi assim que a Smarket começou. Pensando no produto, foi uma péssima decisão, código ruim, caro, demorado, mas se não fosse assim, talvez eu nunca tivesse coragem para começar.
Era um mundo completamente novo pra mim — sou administradora e não tinha um sócio de tecnologia — e não me sentia segura em contratar um programador. Foi um caminho ruim, mas na época parecia razoável e suficiente para um MVP.
E, como mágica, depois que comecei a me envolver e entender algumas coisas no mundo da tecnologia, comecei a me apaixonar e ver que eu levava jeito pra coisa. Até hoje, sou responsável pelo produto da Smarket e adoro aprender com os programadores coisas novas.
Seu recado para outras mulheres: a tecnologia também é feminina
Me orgulho da minha trajetória e é uma honra pra mim poder inspirar mulheres a empreenderem e entrarem no mundo da tecnologia.
Acredito que os desafios das mulheres na tecnologia são enormes, assim como em qualquer setor com predominância masculina.
Entretanto, para mim, o maior desafio é fazer com que as mulheres confiem na sua capacidade e acreditem que a tecnologia é sim pra elas. Para isso, é preciso que as mulheres quando novas, sejam incentivadas pelos familiares e escola e que, esse incentivo continue pelas empresas.
O nosso desejo é ver mais mulheres empreendendo no setor de tecnologia e dando voz aos seus talentos!
Leia mais:
Tendências para o varejo 2021: o que você precisa saber
Calendário do varejo: Principais datas comemorativas para criar ofertas