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O que é uma empresa familiar?
Na teoria, uma empresa familiar é uma organização onde a maioria das pessoas com direito a voto pertence à família que controla o negócio, incluindo os fundadores que pretendem passar o negócio para os seus descendentes. Na prática, como acontece em muitos varejos, são as empresas que começaram e até os dias de hoje possuem o comando e a gestão realizada por pessoas de uma mesma família e isso se perpetua de geração à geração.
Os varejos que são empresas familiares dão certo?
Claro que essa resposta depende de vários fatores, nenhum varejo apresenta uma fórmula pronta para obter sucesso, então eles serem uma empresa familiar pode dar resultado ou não. Um fator que impressiona é o fato de pesquisas de mercado indicarem que, em geral, 70% das empresas familiares não chegam à segunda geração. Dessas, 80% não alcançam a terceira, o que é um número muito expressivo.
Quais são as vantagens de um varejo ser uma empresa familiar?
Interesses comuns
Os laços afetivos entre as pessoas, a harmonia dos gostos e das formas de atuar geram interesses comuns entre os membros da família que trabalham na empresa. Há uma maior auto-exigência e auto-sacrifício em prol de um objetivo comum.
Confiança e autoridade reconhecidas
Nas empresas familiares, existe uma autoridade reconhecida e um clima de elevada confiança que evita as lutas pelo poder e as intenções menos claras, seja entre colegas de trabalho, seja entre chefes e subordinados.
Facilidade na transmissão da informação
A comunicação é intensa e fluida, sem barreiras desnecessárias, desde que haja unidade e confiança entre as pessoas.
Rapidez nas decisões
As empresas familiares são, em regra, menos burocráticas e as decisões são tomadas mais rapidamente, havendo maior coordenação e menos conflitos de poder.
Visão a longo prazo
A dedicação e empenho dos membros da família que gerem a empresa é, normalmente, maior do que nas empresas com outro tipo de gestão. Os planos são feitos a longo prazo, no melhor interesse da família atual e dos respectivos sucessores.
Permanência da cultura e dos valores
As organizações de tipo familiar são, em regra, muito marcadas pela cultura e pelos valores definidos pelo seu fundador. Para o bem e para o mal, a sua personalidade e hábitos de trabalho funcionam como um exemplo a seguir pelos restantes colaboradores.
Quais são as desvantagens de um varejo ser uma empresa familiar?
Falta de um sucessor competente
Muitas vezes, a família não dispõe de alguém com experiência para gerir a empresa, apenas ser dono da empresa. O problema é esse membro não ter competências suficientes para levar o negócio a diante.
Dificuldade em inovar
Geralmente fechada, uma empresa familiar tende a deixar tudo em família, ignorando muitas mudanças no mercado, nos produtos e nos clientes. Não estando atenta ao que se passa no exterior, pode apresentar produtos e serviços desatualizados.
Entenda por que e como inovar no varejo.
Centralização das decisões importantes
O dono da empresa tende a centralizar as decisões e a ser pouco propenso a mudanças radicais, em particular, as relativas ao rompimento com a cultura e os hábitos de trabalho enraizados.
“Família família, negócios a parte”
Os membros da família têm que mostrar coragem, clareza de visão suficientes para não confundirem os laços familiares (ou mesmo de afeto) com os profissionais. Muitos gestores de empresas familiares não resistem à tentação de seguir um estilo de gestão excessivamente paternalista em relação aos seus empregados.
Quais são os erros mais comuns nos varejos que são empresas familiares?
Para garantir perenidade do negócio construído pela família, é preciso evitar alguns erros. É o que aponta Pedro Adachi, especialista no tema e fundador da Societás Consultoria.
Fechamento dos olhos para os problemas na empresa
Negar que existem problemas é um dos maiores erros. Segundo Adachi, sem assumir que os conflitos existem, é impossível encontrar alternativas de resolvê-los.
Prender-se apenas às soluções implantadas pelos concorrentes
Procurar fórmulas prontas para solucionar os problemas não funciona. “É um erro pensar: Se meu vizinho fez isso e funcionou, tentarei o mesmo”, diz o consultor. “Quando se trata de pessoas, não dá para copiar e colar. É preciso entender, caso a caso, o que está acontecendo”.
A falta de planejamento na troca das gerações
Falta de planejamento é outro gargalo. O momento de passar o bastão de uma geração para outra é bastante delicado e pode causar estresse e conflitos na família. E isso tanto do ponto de vista da propriedade do negócio quanto da liderança executiva. No caso da propriedade, explica Adachi, a resolução pode passar pela organização de uma holding – ou outra estrutura adequada para dividir o patrimônio entre os membros da família. O mesmo vale para a definição das funções dos integrantes que participam do negócio.
Desorganização nos processos da empresa
Não documentar regras e condutas também prejudica o futuro da companhia. Segundo Pedro Adachi, não ter regras claras é uma receita – essa, sim, quase certa – para a falência do negócio no longo prazo. “Sem definir os procedimentos, os acionistas estão cultivando o sumiço, a morte da companhia”, finaliza.
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Gabriela Lemos